segunda-feira, 4 de abril de 2011

Revolução Mexicana


(Emiliano Zapata)

A Revolução Mexicana pode ser considerada a primeira a se desenvolver diretamente no contexto das contradições internas do Imperialismo que contou com a decisiva participação das massas trabalhadora, tanto camponesas quanto operárias, unindo o sul rural e o norte semi-industrializado sob a mesma luta. A Revolução tem sua cronologia marcada pode se dizer em três fases, a primeira, iniciando-se em 1910 com a derrubada do ditador que iria para o seu sétimo mandato, Porfírio Diaz, e a tentativa fracassada do levante do líder do partido anti-reeleccionista Francisco Maderos, marca o que se convenciona chamar do início da fase política da revolução, a revolução maderista. Após cinco meses de batalhas, Diaz renuncia e nomeia um substituto que viria a convocar novas eleições. Em outubro de 1911, Maderos é eleito com 53% dos votos, agora pelo Partido Progressista Constitucional. Os remanescentes do porfiriato, após duas tentativas de golpes fracassados, chegaram ao poder, representados pelo Comandante das tropas federais Victoriano Huerta, que traindo o país e a pátria, assassinou o presidente Maderos e seu vice, e assumiu o poder, no episodio que ficou conhecido como la decena trágica.( 9 a 18 de fevereiro de 1913). O governo de Huerta inauguraria a segunda fase da Revolução e contaria de certa forma com o apoio internacional, dos países que não reconheceriam a oficialidade da tomada de poder. As tropas Zapatistas continuaram a luta, ao lado de Villa e Obregón, e mais uma nova força representada pelo Governador Venustiano Carranza, aliado às forças políticas do estado de Sonora. A partir de 1914, inicia-se a terceira fase, a mais problemática do processo revolucionário, com a fragmentação das forças antes conjuntas e a radicalidade das facções camponesas que se opunham aos constitucionalistas. Liderados pela Divisão do Norte, um exército de mais de trinta mil pessoas entre camponeses, mineradores, boiadeiros, ferroviários, bandidos e desocupados era liderado pelo líder popular Pancho Villa. Ao sul, dez mil guerrilheiros todos camponeses exigiam a devolução das terras usurpadas pelos grandes fazendeiros do açúcar. Os conflitos se arrastariam com vitórias e derrotas para todos, levando o Estado Mexicano a exaurir suas economias e paralisar o crescimento e desenvolvimento do país. A convocação para a eleição de uma Assembléia Constituinte em 1917 dá um rumo à política nacional. Logo em seguida Carranza é eleito Presidente e retoma certo ar de retorno do México do crescimento de sua economia, até nova investida da oposição, dessa vez liderada por Álvares Obregón. A briga pelo poder causou uma onda de violência que durou de 1918 a 1920 e terminou com a posse de Obregón. A partir daí, a Revolução seria institucionalizada e o Norte viria a dominar a cena durante um longo período, o que faz com a periodização sobre a Revolução mexicana seja motivo de discórdia na historiografia.


(Foto Emiliano Zapata e Pancho Villa)


Fontes:


Eric HOBSBAWM, Rumo à revolução, In: A era dos impérios, p.396.


Ana Maria Martinez CORREA, A Revolução Mexicana, 1910-1917.

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