sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mulher na Politica

Lugar de mulher é na política? As eleições se aproximam, e duas candidatas disputam a presidência. Pela primeira vez uma mulher tem chances reais de ocupar o cargo máximo da República. Engana-se, porém, quem pensa que “nunca antes na história deste país” as brasileiras se interessaram pela vida pública.
A luta de nossas avós começa no século XIX, um período, repleto de importantes transformações no cotidiano da população, também foi marcado por intensas tentativas de participação das mulheres nas discussões em favor de melhorias na sociedade. Sua arma? A pena, a escrita. No momento em que emergiam movimentos sociais como o socialismo e o sufragismo (campanha pela universalização do direito de voto), elas não usaram apenas a voz, mas, sobretudo, as palavras como instrumento de luta.
Uma das pioneiras foi Nísia Floresta (Imagem). Nascida na pequena localidade de Papari, no Rio Grande do Norte, casada contra a vontade aos 13 anos, logo abandonou o marido e, em 1832, já sustentava mãe e filhos com o salário de professora. Em 1832, publicou “Direitos das mulheres e injustiças dos homens”, artigo em que enfrentava os preconceitos da sociedade patriarcal, exigindo igualdade e educação para todas as mulheres.
Na segunda metade do século XIX assistiu também ao engajamento de muitas de nossas avós na luta pela abolição. Há inúmeros exemplos: Adelina, a charuteira, escrava do próprio pai, participou de inúmeros comícios abolicionistas em São Luís do Maranhão. Conhecedora dos meandros da cidade onde circulava para vender seus charutos, passou a ajudar os abolicionistas passando-lhes informações e articulando a fuga de escravos.
Já na republica foi fundado o Partido Republicano Feminino como sua primeira presidenta a feminista baiana Leolinda Daltro. A organização se propunha a promover a cooperação feminina para o progresso do país, combater a exploração relativa ao sexo e lutar pelo sufrágio universal.
Em 1930, começou a tramitar no Senado o projeto que garantiria o direito de voto às mulheres, mas com a revolução as atividades parlamentares foram suspensas. Depois da vitória das forças democráticas, foi nomeado um grupo de juristas encarregado de elaborar o novo código eleitoral. Entre eles estava Bertha Lutz, formada então em direito também. A Revolução Constitucionalista atrasou mais uma vez a aprovação do projeto. Só em fevereiro de 1932, Getúlio Vargas assinou o tão esperado direito de voto. Bertha elegeu-se deputada federal em 1936, mas antes em 1933 a Dra. Carlota Pereira de Queiroz (Foto)foi primeira mulher eleita deputada Federal pelo estado de São Paulo, seu mandato foi em defesa da mulher e da criança, alem disto publicou uma série de trabalho em defesa da mulher brasileira.
E este é um dos muitos exemplos da ação da mulher na política, muito antes da republica também vimos mulheres exercendo a função no poder executivo do Brasil como o caso da Imperatriz Maria Leopoldina esposa de Dom Pedro l, durante os períodos de viagens do marido pelo país e também a Princesa Isabel substituindo o Imperador Dom Pedro ll seu pai em dois momentos durante suas viagens para Europa e depois os Estados Unidos.
Hoje vereadoras , prefeitas, governadoras, deputadas e senadoras mostram para nós no seu dia a dia que lugar de mulher é na política sim.


Fontes:
- Revista História Viva
- D. pedro I - Isabel Lustosa
- As Barbas do Imperador - Lilia Schwarcz
- Wikipédia Brasil